AGRO: o que muitos vivem e poucos conhecem

Já faz alguns anos que defendo a comunicação no agronegócio, desde 2015 me dedico somente a isso. Em 2019 viralizou uma paródia que fiz. Desde lá venho rebatendo em minhas redes sociais, em minhas palestras, e em oportunidades que me são dadas de falar a verdade sobre o setor que sustenta o Brasil. Mas a dúvida que fica é: até quando vamos só rebater as desinformações que chegam contra o setor?

Umas das coisas que mais escutamos é que os conceitos de preservação, biodiversidade e sustentabilidade não podem ser aplicados ao agronegócio brasileiro. A avalanche da desinformação vai crescendo e formando um grande tsunami.

Há aqueles que digam, erroneamente, que produzir e preservar não é uma realidade possível, há também aqueles que dizem que o agronegócio é um setor predador da natureza, porém contra dados não existem argumentos. A Embrapa Territorial avalia, por exemplo, que mais de 66,33% das terras brasileiras está preservada, e nestes dados estão inclusos a vegetação nativa, que são elas a florestal, a savânica e a campestre.

Quem trabalha “dentro da porteira”

Hoje, lanço, as 21h no meu canal do Youtube, a websérie “O Outro Lado do Agro” com o objetivo de mostrar o lado que muitos vivem e poucos conhecem. O lado da produção com sustentabilidade valorizando a biodiversidade. E felizmente falo em produção de grande escala. Quem disse que grandes produtores de soja não são peças essenciais na preservação da onça-pintada e outras espécies? Quem disse que o agricultor é o principal responsável pelo desmatamento no Brasil?

Poucos sabem, mas o Brasil reduziu drasticamente o desmatamento após 2004, redução essa de mais de 70% até o momento. O bioma da Amazônia representa 50% da área do país, e atualmente 85% está preservado.

Contei antes que o Brasil conta com 66% de sua área preservada com vegetação nativa, mas agora acrescento que somente 30% desta área é destinada à agropecuária, e que ainda dos 66%, mais de 25% são preservadas pelos produtores rurais em propriedades privadas.

Para espanto, e conhecimento de uma faixa minoritária, o Ministério do Meio Ambiente informou que em 2017 a maior parte do desmatamento, ou seja, mais de 60% ocorreu em áreas públicas como unidades de conservação, assentamentos, terras não destinadas e ainda em áreas devolutas.

E aí vem uma outra grande informação: o principal problema é o desmatamento ilegal na Amazônia e não a agricultura, como querem expor mundo afora.

Já disse isso mais de uma vez, e não tenho medo algum em reforçar: criminoso ambiental não pode ser considerado produtor rural. Pois os verdadeiros produtores rurais preservam, produzem e sustentam o PIB do Brasil.